oportunidade

Chamada pública para seleção de candidata/os a Bolsa de Doutorado Fapesp

A bolsa é destinada para contribuir com o projeto “Entre um Passado Profundo e um Futuro Iminente: Ação Humana e Impacto Ambiental do Colonialismo Moderno na Amazônia”
Processo Fapesp 2022/02896-0
Pesquisadora Responsável: Camila Loureiro Dias (DH/Unicamp)
Unidade/Instituição: IFCH/Unicamp
Estão abertas, no período de 01 de agosto a 20 de setembro de 2024, as inscrições para candidatura a uma bolsa de doutorado na área de História, associada ao Projeto de Pesquisa 2022/02896-0, Entre um Passado Profundo e um Futuro Iminente: Ação Humana e Impacto Ambiental do Colonialismo Moderno na Amazônia. O projeto busca investigar o impacto socioambiental do colonialismo moderno na região amazônica, com foco nas dinâmicas de trabalho indígena, conhecimento nativo e circulação de produtos florestais.
Resumo do projeto principal
Que impacto socioambiental o colonialismo moderno exerceu sobre a região amazônica? Como a análise desse impacto em uma perspectiva histórica pode contribuir para a reflexão sobre os atuais desafios ambientais e sobre as políticas de mitigação dos efeitos destrutivos das mudanças climáticas? Por um lado, estudos arqueológicos têm demonstrado que a paisagem natural amazônica é em grande medida antrópica. Por outro lado, a antropologia evidencia que as comunidades indígenas e tradicionais são produtoras de biodiversidade e têm papel importante a desempenhar nos projetos de futuro. De um passado longínquo ao nosso presente contemporâneo, os estudos amazônicos têm demonstrado, enfim, a constante contribuição dos povos tradicionais e indígenas, não apenas para a conservação, mas também, para a produção de agrobiodiversidade. Sabemos, contudo, que povos e ambiente amazônico passaram por importantes mudanças decorrentes da exploração econômica e violência colonial. Contribuir para esse diálogo com uma análise histórica do impacto socioambiental do colonialismo moderno sobre a região amazônica é o objetivo deste projeto.
Eixos Principais da Pesquisa
1. Populações e Territórios: Estudo das dinâmicas demográficas, fluxos populacionais e territorialização das ações coloniais. A pesquisa investigará, por exemplo, a correlação entre sítios arqueológicos pré-colombianos e aldeamentos missionários, bem como a justaposição entre redes comerciais indígenas e redes de escravização no período moderno.
2. Conhecimento, Trabalho e Circulação: Análise das práticas de trabalho indígena e seu vínculo com o conhecimento tradicional do território, das espécies vegetais e das técnicas de manejo. A circulação dos gêneros da floresta em redes comerciais locais e atlânticas também será estudada.
Tema do Projeto de Doutorado
Trabalho Indígena na Amazônia Colonial (Século XVIII)
Proposta de projeto de doutorado
A força de trabalho indígena sustentava a Amazônia portuguesa. Milhares de mulheres, homens, crianças e anciãos originários foram inseridos na sociedade colonial e passaram a exercer atividades ligadas a sua sustentação, como o abastecimento, a circulação e a distribuição de alimentos, a tecelagem, a confecção de roupas, a extração das chamadas drogas do sertão, a escravização, a construção e a manutenção de obras públicas, a produção de gêneros agrícolas exportáveis, o exercício de ofícios, o trabalho doméstico. Esta pesquisa pretende mapear e descrever as situações de trabalho realizado por indígenas, categorizados em função de gênero, idade e condição social (livres ou escravos).

Essa tarefa exigirá a análise de fontes variadas. Deverão ser examinados o ordenamento (cartas régias, provisões régias, alvarás, ordens régias, leis, regimentos, assentos de trabalho, registros de mercês, cartas patentes), as práticas (relações, diários de viagem, visitas. Ao descrever as atividades laborais, teremos a preocupação de perscrutar os saberes originários mobilizados nas práticas agrícolas, práticas de cura, trabalho doméstico, artesanato, pesca, entre outras).
Plano de Atividades
O/a bolsista desenvolverá um projeto individual de pesquisa no tema proposto e atividades vinculadas ao projeto principal, como apoio na organização das atividades de formação de estudantes de graduação e de divulgação de resultados de pesquisa e na supervisão do trabalho de bolsistas de Treinamento Técnico Nível 1 e Jornalismo Científico Nível 2, responsáveis pela produção de material didático digital relacionados aos eixos de investigação do projeto.
Requisitos do Candidato
O/a canditado/a deve ter o título de mestre. Deve ter experiência de pesquisa na área da História da Amazônia Colonial ou temas próximos, como história indígena e história colonial. E deve ter sido aprovado/a no Processo Seletivo do Programa de Pós-graduação em História da Unicamp (informações sobre as inscrições abaixo).
Compromissos do Candidato
Os compromissos serão estabelecidos por meio de Termo de Outorga emitido pela FAPESP. A relação completa das condições e obrigações exigidas pela FAPESP está descrita em www.fapesp.br/bolsas/dr.
Duração e valores da Bolsa
A Bolsa de Doutorado FAPESP tem duração de 48 meses e valor mensal de R$ 5.520,00 no primeiro ano e de R$ 6.810,00 a partir do segundo ano. Um auxílio financeiro equivalente a 20% do valor anual da bolsa será concedido para despesas diretamente relacionadas às atividades de pesquisa. Bolsistas que precisem se mudar para a cidade onde se localiza a Instituição Sede da pesquisa podem solicitar o benefício de Auxílio Instalação.
Inscrições
Interessados devem se inscrever até dia 20 de setembro no Processo Seletivo de Pós-Graduação em História (2024/2025), apresentando um projeto de pesquisa no tema proposto.

Clique aqui para visualizar o edital do Processo Seletivo PPG.    
Sugestão bibliográfica básica
ARENZ, Karl H. Além das doutrinas e rotinas: índios e missionários nos aldeamentos jesuíticos da Amazônia portuguesa (séculos XVII E XVIII). História e Cultura, v. 3, p. 63, 2014. DOI: https://doi.org/10.18223/hiscult.v3i2.996. Disponível em: https://periodicos.franca.unesp.br/index.php/historiaecultura/article/view/996. Acesso em: 09 mar. 2022.

BARROS, Cândida; MONSERRAT, Ruth; PRUDENTE, Gabriel. O “ocapora” em listas de repartição de índios e nas fontes da língua geral na Amazônia no século XVIII: um vassalo indígena?. Tellus, Campo Grande, n. 26, p. 75-99, 2014. Disponível em: http://www.gpec.ucdb.br/projetos/tellus/index.php/tellus/article/view/296/318. Acesso em: 08 mar. 2022.

BOMBARDI, Fernanda Aires. Pelos interstícios do olhar do colonizador: descimentos de índios no Estado do Maranhão e Grão-Pará (1680-1750). 2014. Dissertação (Mestrado em História Social), Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-08012015-164954/pt-br.php. Acesso em: 08 mar. 2022.

CARVALHO JÚNIOR, Almir Diniz de. Índios cristãos no cotidiano das colônias do norte (séculos XVII e XVIII). Revista de História, n. 168, p. 69-99, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rh/a/SBbwHmTFKd9ynPWKhvNMh8R/abstract/?lang=pt. Acesso em: 08 mar. 2022.

CHAMBOULEYRON, Rafael. Povoamento, ocupação e agricultura na Amazônia colonial (1640-1706). 1. ed. Belém: Açaí/Centro de Memória da Amazônia/PPHIST-UFPA, 2010.

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CHAMBOULEYRON, Rafael; BOMBARDI, Fernanda Aires. Descimentos privados de índios na Amazônia colonial (séculos XVII e XVIII). Varia História, v. 27, n. 46 601-623, 2011. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-87752011000200011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/vh/a/hcBmw6XLw6NxkSqt5NRwvdj/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 08 mar. 2022.

DIAS, Camila Loureiro. Os índios, a Amazônia e os conceitos de escravidão e liberdade. Estudos Avançados, v. 33, n. 97, p. 235-252, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2019.3397.013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/Dd7d6FJX65M9ZWyVzcnd5WK/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 8 mar. 2022.

DIAS, Camila Loureiro; BOMBARDI, Fernanda Aires. O que dizem as licenças? Flexibilização da legislação e recrutamento particular de trabalhadores indígenas no Estado do Maranhão (1680-1755). Revista de História, n. 175, p. 249-280, 2016. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2016.111250. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/111250. Acesso em: 8 mar. 2022.

DIAS, Camila Loureiro; BOMBARDI, Fernanda Aires; COSTA, Eliardo. Dimensão da população indígena incorporada ao Estado do Maranhão e Grão-Pará entre 1680 e 1750: uma ordem de grandeza. Revista de História, São Paulo, n. 170, p. 1-31, 2020. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2020.163670. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/163670. Acesso em: 8 mar. 2022.

FARAGE, Nádia. As muralhas do sertão: os povos indígenas no rio Branco e a colonização. São Paulo: Paz e Terra, 1991.

PERRONE-MOISÉS, Beatriz. Índios Livres e índios escravos: Os princípios da legislação indigenista do período colonial (séculos XVI a XVIII). In: CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 115-132.

PRADO, Luma R. Cativos e litigantes: Índias e índios nos tribunais da Amazônia portuguesa, 1706-1759. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019. DOI:10.11606/D.8.2019.tde-19122019-162652. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-19122019-162652/pt-br.php Acesso em: 09 mar. 2022.

ROLLER, Heather Flynn. Colonial Collecting Expeditions and the Pursuit of Opportunities, c. 1750-1800. The Americas, v. 66, n. 4, p. 435-467, 2010.

SAFIER, Neil. Subalternidade tropical? O trabalho do índio remador nos caminhos fluviais amazônicos. In: PAIVA, Eduardo França; ANASTASIA, Carla Maria Junho (orgs.). O trabalho mestiço. Maneiras de pensar e formas de viver. Séculos XVI-XIX. São Paulo: Annablume: PPGH/UFMG, 2002.

SWEET, David. A rich realm of nature destroyed: the middle Amazon valley, 1640-1750. Tese – (Doutorado em História), University of Wisconsin, Madison, 1974.

______. Francisca: esclava india (Gran Pará, sigloXVIII). In: SWEET, David; NASH, Gary (orgs.) Lucha por la supervivencia en la América colonial. México: Fondo de Cultura Económica, 1981, p. 317-328.
Investigamos o impacto socioambiental do colonialismo moderno na amazônia

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