28 de agosto de 2024 | 8h00 às 10h00
Nesse encontro, destacou-se o entusiasmo pelas perspectivas cruzadas entre arqueologia, história e antropologia para o desafio de mensurar impactos demográficos do colonialismo moderno na Amazônia. A reunião foi baseada no artigo “Estimating Amazonian Indian Numbers in 1492”, de William M. Denevan (2014), e os pesquisadores Laura Furquim e Rafael Almeida apresentaram vários modelos de demografia arqueológica, desenvolvidos desde os anos 1950, que estimam a população indígena da Amazônia antes da chegada dos europeus. Essas estimativas variam amplamente, de 6 a 50 milhões de pessoas, dependendo dos pressupostos teóricos adotados. O corte em 1500 é comum entre as abordagens, refletindo uma percepção de grande transformação populacional após a colonização.
Estimativas da população indígena antes da chegada dos europeus são cruciais para avaliar o impacto da colonização, mas essa tarefa é desafiadora devido à natureza fragmentária dos dados. O objetivo central deste encontro foi explorar como as perspectivas arqueológicas e históricas podem dialogar para aprofundar a reflexão sobre o tema. A ecologia histórica tem contribuído com dados indiretos sobre o impacto da população na vegetação pretérita, e sugerindo que a Amazônia poderia ter sustentado uma população densa sem acarretar devastação, e que o reflorestamento pós-1500 pode indicar uma acentuada queda demográfica.
O grupo reconheceu a importância das premissas teóricas na definição dos resultados e a necessidade de metodologias adaptadas aos dados disponíveis. Para ampliar essa reflexão, o foco será empírico, mapeando evidências arqueológicas, históricas e antropológicas. O trabalho com diferentes escalas espaciais e temporais permitirá uma análise mais robusta das práticas e processos de ocupação territorial, mesmo que a precisão numérica permaneça fora de alcance, limitando-se a ordens de grandeza.