Sobre

A pesquisa

Entre um passado profundo
e um futuro iminente:

ação humana e impacto ambiental
do colonialismo moderno na amazônia

(séculos XVI-XVIII)

É uma pesquisa colaborativa e transdisciplinar que foca no impacto socioambiental do colonialismo moderno na Amazônia. Tanto os indígenas, quanto os colonizadores transformaram a paisagem amazônica e conformaram seu território, mas de que maneira? É a partir do cruzamento de dados arqueológicos e históricos que essas e outras questões serão respondidas. Para isso, será elaborada uma plataforma cartográfica que distribuirá os dados espacialmente e permitirá uma visualização desse período. Ainda em andamento, a proposta é inédita para a historiografia da América portuguesa e pode atrair o interesse de pesquisadores da área e estimular novos trabalhos.

Paradigma do arcaísmo

Conforme explicado no texto "Génesis de un arcaísmo: la Amazonía y su antropología" por Anne-Christinne Taylor, o paradigma do arcaísmo, refere-se à visão tradicional e simplista que dominou a compreensão da Amazônia e de suas sociedades indígenas por muitos anos. Esse paradigma considera as culturas amazônicas como estáticas, primitivas e imutáveis, isoladas das dinâmicas históricas e das influências externas, e vivendo em um estado de atraso cultural em relação às sociedades ocidentais e até mesmo em comparação com outras culturas indígenas das Américas.

Um contexto complexo

Desde a década de 1970, os estudos amazônicos são impulsionados por um contexto histórico no qual os indígenas emergem como agentes históricos e sujeitos de conhecimento, a nível nacional e internacional. Dessa maneira, arqueólogos, etnólogos e historiadores transformaram suas agendas de pesquisa e a Amazônia superou o paradigma do arcaísmo.

O avanço no conhecimento sobre o território amazônico no período anterior à chegada dos europeus evidenciou um cenário humano e material complexo e diversificado. O início da ocupação da região data de 15 mil anos e as populações que viveram a chegada dos europeus descendiam de povos que haviam passado por intensos processos de transformação: crescimento populacional, deslocamentos geográficos, mudanças culturais, entre outros.

Como relatam os primeiros viajantes, quando os europeus chegaram na amazônia, encontraram populações com grande diversidade sociopolítica e sociedades articuladas em relações de intercâmbio que incluíam trocas comerciais, alianças políticas e guerras. Além disso, recentes descobertas arqueológicas demonstram que esses povos são parte indispensável da promoção da biodiversidade amazônica, uma vez que gerações de cultivadores atuaram na seleção de plantas e na disseminação de sementes.

Foi justamente o interesse pelas plantas amazônicas que moveu as primeiras incursões europeias no território, ainda no século XVI. Como ingleses, franceses, holandeses e espanhóis exploraram economicamente esses promissores recursos naturais? Apropriando-se do conhecimento e do trabalho dos povos nativos. Fizeram comércio, empregaram violência e incorporaram as populações aos seus impérios por meio da evangelização e da escravização.
O cacau, planta nativa da amazônia, acabou por se tornar o principal produto em termos de volume, mas muitas outras especiarias e plantas medicinais também entraram nos circuitos comerciais atlânticos, promovendo a integração da região no comércio de escala planetária.

Perguntas

Que impacto a colonização portuguesa do território amazônico teve para as sociedades indígenas, para o seu ambiente, para o seu espaço, para as suas práticas? Que novas realidades as ações humanas, de povos nativos e de colonizadores, criaram? O que a mensuração e qualificação do impacto provocado por essas ações no período moderno podem nos dizer sobre os desafios socioambientais contemporâneos, assim como sobre políticas alternativas de mitigação dos efeitos destrutivos das mudanças climáticas em curso?

Metodologia

A metodologia desta pesquisa segue duas etapas principais: a coleta, organização e produção de dados referentes aos séculos XVI a XVIII; e a espacialização desses dados em uma plataforma cartográfica.

Na primeira etapa, dois eixos de análise são trabalhados:

1. Populações e territórios: examina as dinâmicas demográficas, fluxos populacionais e a fixação territorial nos contextos pré-colonial e colonial. Testamos a hipótese de que o declínio populacional dos povos amazônicos ocorreu por diversos fatores e não ocorreu apenas apenas no início da colonização, intensificando-se ao longo dela.

2. Conhecimento, trabalho e circulação: analisa o conhecimento indígena sobre as espécies vegetais, as práticas e a organização do trabalho indígena, além de suas conexões com o circuito atlântico. Este eixo se baseia na análise de diversos documentos históricos, principalmente do século XVIII.

Na segunda etapa, os dados reunidos serão integrados ao Atlas da Amazônia Colonial, uma plataforma cartográfica interativa que permitirá visualizar fluxos populacionais e ocupações coloniais e pré-coloniais. Quando concluído, o Atlas poderá se tornar uma referência central para os estudos amazônicos.

Desafios e métodos

Interdisciplinaridade: importância da colaboração entre disciplinas para ampliar o entendimento histórico.
Trabalho Indígena: reconhecimento da relevância do trabalho e conhecimento indígena na sociedade colonial.
Paradigmas Historiográficos: superação de modelos explicativos tradicionais centrados na escravidão africana.
Metodologia Inovadora: utilização de uma plataforma digital para a organização e análise de dados históricos.
Dimensão Espacial: enfoque na espacialização do conhecimento para entender as transformações territoriais.
Investigamos o impacto socioambiental do colonialismo moderno na amazônia

O projeto

Sobre

Instrumentos de pesquisa

Contato

Divulgação

Publicações

Artigos

Publicações científicas

Instrumentos de pesquisa

Divulgação

Notícias

Material didático

Cursos online

Eventos

Newsletter

Atualizações sobre o projeto na caixa de entrada do seu e-mail
Esta página web foi realizada com o auxílio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). O conteúdo é de responsabilidade do projeto “Entre um passado profundo e um futuro eminente: ação humana e impacto ambiental do colonialismo moderno na amazônia (séculos XVI-XVIII)”, e de modo algum se deve considerar que reflita a posição da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Auxílio à Pesquisa – Proposta Inicial Processo n. 2022/02896-0.
Criado por Tayná Gonçalves © 2024